Para saber mais sobre, confira o artigo “Família recomposta e/ou reconstruída” (clique aqui).
Se você buscar em nos textos do Direito Familiar, poderá ler sobre algumas mudanças legislativas que aconteceram para se adequar às novas formas de famílias que foram surgindo. No entanto, no artigo de hoje, convidamos a psicóloga clínica e psicoterapeuta familiar Mirca Longoni para falar um pouco sobre uma das consequências dessa transformação das famílias: a introdução de uma nova pessoa no núcleo familiar que existia anteriormente, sob o viés psicológico.
É importante que os pais possam seguir com suas vidas depois de um divórcio. Contudo, mais importante do que isso é saber como o seu comportamento em um momento delicado pode afetar o desenvolvimento dos filhos. Por conta de dúvidas que recebemos em relação a este tema, decidimos procurar alguém especializado que pudesse abordá-lo, para auxiliar os nossos leitores que estejam passando por algo parecido! Gostou? Acompanhe abaixo!
Como apresentar um(a) novo(a) companheiro(a) para seus filhos?
Por Mirca Longoni (CRP 08/06755-0)
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Familiar
A estrutura familiar vem mudando gradativamente com a modernidade e um dos fatores importantes a serem observados é o segundo casamento entre pessoas que já tiveram um primeiro casamento com ou sem filhos. Outra situação é a de casais que não casaram, mas vivem juntos, mantendo o conceito familiar (pessoas ligadas por relação de afeto ou parentesco).
Quando acontece o divórcio ou a separação, algumas famílias passam por uma fase de grande sofrimento, porém os filhos conseguem se desenvolver com relativa tranquilidade, sem grandes danos emocionais. Isso porque a administração dos conflitos teve êxito por parte dos pais. Já em outras famílias, nas quais a separação foi vivenciada de forma traumática, o dano emocional pode ser permanente. Esse prejuízo não decorre do divórcio em si, mas do modo pelo qual a família encara e conduz este processo.
Da mesma forma funciona a retomada, pelos pais, de suas vidas pessoais com a introdução de um novo parceiro(a) depois da separação dos cônjuges ou companheiros. Este é um momento muito sensível para os filhos, no qual eles se questionam internamente: Qual o papel deste novo membro? Que lugar ocupará no núcleo familiar? Quem deverá sair para que esse lugar seja preenchido? Qual lugar este filho passará a ocupar?
Esse é o momento em que os pais devem ter muita habilidade para lidar com a nova situação, explicando aos filhos – por meio do diálogo e de esclarecimentos (conforme a idade) – qual o papel do novo parceiro(a) e qual lugar ocupará, procurando deixar o filho confortável e seguro com a nova realidade, explicando, inclusive, que não se trata de uma substituição.
Ao introduzir essa nova fase na rotina familiar, deve-se tratar com paciência e de forma gradativa, com disposição para esclarecer todas as dúvidas que surgirem por parte dos filhos, incluindo lentamente o novo(a) parceiro(a) em algumas atividades sociais, nas quais não haja constrangimento pela aproximação precoce por nenhuma das partes.
Muitas vezes pode parecer difícil aos pais, aos filhos e até mesmo aos companheiros(as) lidar com essa nova realidade, mas é de extrema necessidade ao bom funcionamento desta relação a disposição para entender e se colocar no lugar do outro, já que existe um sentimento de perda quanto à separação dos pais e também no que diz respeito à introdução de um novo membro.
A organização e o sucesso deste novo sistema familiar vai depender muito da habilidade, sensibilidade e respeito por parte dos pais e companheiros que estejam interessados na reconstrução familiar, sempre observando com paciência a posição em que os filhos se encontram.
Informações para contato: mircalongoni@hotmail.com